06/08/2012

BARBA



Palavra seca quase ruído
Fere de leve a estima,
Fez a revolução cubana,
E sua falta deixa sem graça
O imperador da China.

Como respeitar a seriedade
Daquele que em fremiu
Vaidade corta-lhe
A beleza perene?

Oh barba!
Que emolduraste
As mentiras que minha boca alfanje expeliu.
E ainda conserva em mim ideais, fulgor e mistério.
Tiro-lhe agora com Bic
Na ânsia de não ser mais levado a sério.

(RAMONND, Maurício. Pequenas Verdades Distraídas. 2009)

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