06/08/2012

PONTEIROS

O tempo,
Versátil brincalhão,
Fitando-nos, provocadoramente.
Rio a marulhar veloz, caudaloso...
Estendendo sua mão plúmbea
Sobre nosso frágil existir.

O tempo,
Ponteiros partindo parteiros das horas
Grafando amargas linhas
Em nossa testa já cansada de ser
Isso que o somos,
Maltrapilhos viventes.

O Tempo,
Malévolo marceneiro macilento,
Errando a mira, martelando sempre um mesmo dedo
E socando nosso peito insipiente
De esperas e escoras, saltos e sobressaltos
De amos e amores, dúvidas e dívidas.

O Tempo,
É, é esse o nosso limiar,
Agricultor ancestral
Revolvendo o nosso solo rupestre
E lavorando a nossa casca tênue de simplórios
Comedores de produtos perecíveis.

(Maurício Ramonnd. 03-08-12)

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