06/08/2012

PELE

Pele, frágil papel,
Botão sensitivo,
Alma arma de poeta
Que recobre
E aquece nosso sono,
Vago mundo.

Pele, Espelho d'água,
Reflete um estranho vivente.
A mão toca, em toca, desbrava
Segredos, degredo no arrebol,
Ama cama lençol em caracol.

Pele, umbigo do Sonho,
Escama, declama, inflama,
Suplica anestésicos sussurros.
Pele em pêlo pelo êxtase
No pelô do escravo desejo.

Pele, metrópole infantil,
Nas noites de chuva,
Marquise temporal,
Lar de amantes marginais,
A pele que habito
Abriga um louco.

(Maurício Ramonnd. 26-0712)

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