06/08/2012

PHARMACON [Dependência]

O amor,
Essa droga
Que sinto absinto,
Invade meus poros
E inspirou remotos poetas
Que por amor,
Se o amor fosse tudo,
Teriam sido felizes.

O amor,
Esse chá de espera,
Bicho que roça indômito o que somos,
Revirando lençóis, corando bochechas,
Queimando o feijão,
Fazendo-nos rir para ignóbeis passantes
Enquanto a chuva infantil
Revela o que em nós estava escondido.

O amor,
Esse enigma,
Entrega cega do que não temos,
Que nos devora,
Que mal chega e já está indo embora,
Embora eu o quisesse aqui
Ensinando-me a amar
No outro o que eu não sou.

O amor,
Esse enigma, esse chá, essa espera, essa droga.
Que mantêm vivo meu lívido pulsar.

(Maurício Ramonnd. 03-07-12)

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