06/08/2012

OBRA [POSTERIDADE]

Apresento-vos a minha obra:
Uma biografia de quefazeres, ais e fedores vesperais;
Mentira mil vezes mal dita, em fonemas intestinais,
De quem o agouro apenas fita
Sentado no terreiro comendo um punhado de farinha seca e tripa
Folheando um meu livro de poucas frases catacréticas,
Entre cabos eleitorais e de guarda-chuva;
Vices e vícios; sobrecus eleitorais – desventuras patéticas!
Descritas sem pudores,
[vida de bucólicos horrores,
Como um cão a vagar sem dono,
Copo de meio veneno que tomo
Já me rendeu do livro mais um tomo
Que por sua insignificância
Nem posso dizê-lo em linhas tortas
Pois o acaso que comigo pouco se importa
O elegeu como um mal escorador de portas.

(RAMONND, Maurício. 08-07-12)

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