06/08/2012

SERPENTÁRIO

Dois imperfeitos sóis
Fugiram de casa, desgarrados, pintaram no céu dos andarilhos
A constelação do décimo terceiro signo
Sob o véu plúmbeo da madrugada
Notícias já esquecidas velaram-lhe os corpos
E na concupiscência da noite
Eles se encontraram, defeituosos e sem aparente acoplamento.
Procuraram-se nos versos e nos anversos;
Perceberam-se esparsos reflexos;
Equilibrados sob as marquises das horas,
Os dois, trôpegos amantes, conectaram-se ao som da mais bela sirene policial.
E ignorando os estigmas temporais,
Amaram-se!
Quereres-pensares-beijares em sonhação descabida,
Abençoados por um céu que brilha
Até para o cachorro mais vira-lata.

(RAMONND, Maurício. 08-07-12)

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